terça-feira, 22 de maio de 2012

We Are Here. O Pálido Ponto Azul.

Pale Blue Dot. (SixU — DeviantArt.)

Por Carl Sagan.

A espaçonave estava bem longe de casa. Eu pensei que seria uma boa idéia, logo depois de Saturno, fazer ela dar uma última olhada em direção de casa.

Desde Saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe: nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um "pixel" solitário. Dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria: planetas vizinhos, sóis distantes. Mas, justamente por causa dessa imprecisão de nosso mundo assim revelado... valeria a pena ter tal fotografia.

Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da antiguidade clássica, que, a Terra era um mero ponto em um vasto cosmos circundante.

Mas ninguém jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance. E talvez a nossa última, nas próximas décadas.

Terra, vista pela Voyager 1 a uma distancia de 4 bilhões de milhas.

Então, aqui está — um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas, e um fundo pontilhado de estrelas distantes. Por causa do reflexo da luz do sol na espaçonave, a Terra parece estar apoiada em um raio de sol, como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo — mas é apenas um acidente de geometria e ótica. Não há nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem nossas modificações da superfície da Terra, nem nossas máquinas, nem nós mesmos. Desse ponto de vista, nossa obsessão com o nacionalismo não parece em evidencia. Nós somos muito pequenos. Na escala dos mundos, humanos são irrelevantes — uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Considere novamente esse ponto. É aqui. É nosso lar. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos de quem ouviu falar; cada ser humano que já existiu, viveram suas vidas. A totalidade da alegria e do sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas; cada caçador e saqueador; cada herói e covarde; cada criador e destruidor da civilização; cada rei e plebeu; cada jovem casal apaixonado; cada mãe e pai; cada criança esperançosa; inventor e explorador; cada educador; cada politico corrupto; cada "líder supremo"... cada "superstar".

Cada santo e pecador na história da nossa espécie, viveu ali, numa partícula de poeira, suspenso em um raio de sol.

A Terra é um palco muito pequeno, numa imensa arena cósmica.

Pense nas infinitas crueldades infligidas pelos habitantes de um canto desse "pixel"; nos quase imperceptíveis habitantes de algum outro canto. Como são freqüentes seus desentendimentos. Como eles estão sedentos por matar uns aos outros. Como fervilham seus ódios. Pense nos rios de sangue derramados por todos esses generais e imperadores, para que, em glória e triunfo, eles pudessem ser os chefes momentâneos de uma fração de um ponto.

Nossas atitudes; nossa imaginária auto-importância; a ilusão de que nós temos alguma posição privilegiada no universo, são desafiadas por este ponto de luz pálida.

Nosso planeta é um pontinho solitário, na grande e envolvente escuridão cósmica. Em nossa obscuridade, em toda essa imensidão, não há nenhum indício de que a ajuda virá de algum outro lugar, para salvar-nos de nós mesmos.

Goste disso ou não, neste momento, a Terra é onde estamos estabelecidos.

Tem sido dito que a astronomia é uma experiência de humildade e formação do caráter.

Talvez não haja melhor demonstração da tolice das vaidades humanas, do que essa imagem distante de nosso pequeno mundo. Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos — O Pálido Ponto Azul.

 
Carl Sagan (1934-1996). “É melhor acender uma vela, do que praquejar contra a escuridão.” — Adagio

domingo, 20 de maio de 2012

Uma breve história dos Guarda-Chuvas

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Você acorda pela manhã. Ao sair daquele aquecido edredon, sente o frio que adentra por sobre a brecha da janela do quarto. Caminha até a cozinha e prepara um delicioso capuccino quente. Até então, o tempo só se encontra nublado e não há com o que se preocupar. Você começa a se arrumar tranquilamente para ir ao trabalho, mas, justo na hora de sair de casa, começa a chover forte. Alguém está de sacanagem contigo, você pensa. Você não possui carro e também não teve a idéia de se previnir, providenciando uma capa de chuva. E agora, quem poderá lhe defender? Das 10 pessoas que já se depararam nesta situação em algum momento da vida, 8 recorrem ao tão comum e antigo guarda-chuva. E põe antigo nisso.

O guarda-chuva, ou em inglês, Umbrella, é derivada da palavra em latim, Umbra, que significa sombra. Os primeiros guarda-chuvas que se tem evidência — ou melhor dizendo, os guarda-sóis (Parasol) —, datam de 1200 a.C, no antigo Egito, e no século XII a.C, na China, tendo também sido evidenciado na Assíria e na Grécia.

Acredita-se que foram sendo aperfeiçoados a partir das folhas das árvores que proporcionavam proteção contra o sol com a sua boa sombra. Assim, os egipcios (cahan, provavelmente os escravos) começaram a usar essas folhas, que eram compostas por folhas de palmeiras, e outros mais sofisticados, por penas sobrepostas arqueadas por um longo cabo — que também serviam para ficar abanando a realeza enquanto a mesma permanecia sentada no seu altar — para proteger seus reis e rainhas do sol, proporcionando sombra em qualquer lugar que fossem.

Antes do século 18, não havia distinção entre guarda-chuva ou guarda-sol. Os chineses que começaram a usar os guarda-sois como aparatos para se protejerem da chuva, criando tecidos hipermeaveis.

ladywithparasol Durante muito tempo, as sombrinhas foram sendo associadas unicamente como assessórios femininos. Nenhum homem ousava usá-las. Quem usasse, era considera um efeminado, ou seja, um homem com costumes feminos.

Com a influência da igreja, os guarda-sóis foram tomando um espaço maior pela Europa. Um dos bons exemplos já visto por muitos, em filmes e séries, foi na era Vitoriana, onde toda donzela portava uma bela “sombrinha”, com bordas rendadas, usando-a como um grande utensílio de moda, de charme, beleza e sofisticação; como um apetrexo, assim como brincos e pulseiras são usados nos tempos atuais.

O uso generalizado pelos homens só veio a tona em meados do século XVIII, quando Jonas Hanway resolveu usá-lo durante 30 anos, se tornando o primeiro homem na história conhecida a ter a audácia de usar um guarda-sol em público.

Foi se tornando muito comum os cavalheiros usarem sombrinhas pretas, criando uma combinação com seus ternos, assim como os chapéus de abas precisamente redondas e de topo alto, daquela época.

Em 1852, Samuel Fox começou com o projeto que revolucionou o guarda-chuva, com a arquitetura de aço, sendo usado até os dias atuais.

Não tem como ficar sem um guarda-sol(chuva). São de crucial importância. Mães que precisam passear com seus bebes sem deixar a criança torrada, necessitam de uma sombrinha. Quem quer ir trabalhar e não ficar ensopado, também precisa.

Mas há quem diga que o guarda-chuva surgiu não como um utensílio de grande importancia, mas sim como uma praga, e tanto querem pegar o inventor desse objeto tão precioso, quanto os estudantes do ensino médio querem estrangular o “inventor” da matemática.

Li esse artigo e tenho que concordar que o guarda-chuva tem essas desvantagens. Mas sem ele, as coisas ficariam piores.

Há também quem use guarda-chuvas de forma muito inútil, como o gênio que teve a inutilidade em inventar um mini guarda-chuva para ser usado em coquetel.

Até agora isso só serve para ser jogado no lixo junto ao limão.

Pois bem. Para saber mais, visite essas fontes (em inglês) Oakthrift e Wikipédia.

No próximo post talvez eu volte com mais disposição e complexidade. Ainda estou tentando ambientar a minha mente e a voltar escrever textos com mais afinco.